terça-feira, 14 de outubro de 2008

The Stuff we are Made of...

Habituados à visão antropocêntrica da vida na Terra, temos dificuldade em compreender que o nosso planeta azul tem vida própria, com capacidade auto-reguladora, como um organismo vivo e que o conduzirá sempre, neste equilíbrio dinâmico, ao ponto próximo da linha recta do óptimo, onde a vida, tal como a conhecemos ou assumindo outra forma, irá sempre existir. A questão neste momento que vivemos é: haverá lugar para nós? As condições ambientais num futuro mais próximo que gostaríamos serão favoráveis à sobrevivência de organismos com os nossos requisitos ecológicos?
Então, nesta fase, ser eco-responsável é mais que gostar de fazer caminhadas, comer bio, ser macrobiótico ou vegetariano, fazer o caminho do yoga ou outras actividades holísticas que nos centram e nos tornam mais lúcidos, um pouco freaks para a maioria…é ter o instinto de sobrevivência à flor da pele e tornarmos-mos responsáveis pela nossa qualidade de vida e pela dos nossos filhos (se claramente não nos importamos com o destino da águia de olho azul, não me parece que façamos o mesmo com o cancro nos nossos bebés…).
Qualidade de vida é o direito a respirar ar e beber água mais limpos, comer alimentos livres de químicos, dormir quando devemos dormir e durante o tempo que fisiologicamente precisamos, sem sermos bombardeados com radiações invisíveis das antenas de telecomunicações, cabos de muita alta tensão, as inocentes luzinhas stand by dos ainda mais inocentes aparelhos que temos em casa, enfim, estar mais sintonizados com a Natureza, inquestionavelmente a nossa matriz.
Na palestra dada este fim-de-semana no Instituto Macrobiótico de Portugal pelo Francisco Varatojo, memorizei, entre outra, a seguinte informação: segundo dados estatísticos, nos EUA, no início do séc.XX a percentagem de cancro era de 1%. Hoje em dia, 1 em cada 3 norte-americanos tem ou virá a desenvolver cancro. Serão apenas os meios de diagnóstico que estão mais sofisticados? Bom, basta olhar à nossa volta e compreender que, independentemente da evolução da medicina, o nosso modo de vida é o oposto ao dos nossos avós e bisavós.
Estranho? Sim, é que qualidade de vida – o que não temos - é também o direito à informação nua a crua, o livre acesso sem censura aos estudos sobre a mais variada tralha que usamos no dia-a-dia e nos mata lentamente enquanto em transe ouvimos debates bombásticos sobre o descalabro da economia mundial…é o direito a toda esta informação e tempo, tempo para a assimilar e discernir, de um forma atenta, presente, entre o precisamos e o que nos fizeram desejar, sempre tomando em consideração que “eles” somos cada um de nós para o indivíduo que se cruza connosco na rua…

Enquanto tudo se cumpre, GAIA serenamente é, flutua no plasma imenso do cosmos, hoje como à 4MMA, acompanhada pela Lua.

1 comentário:

Unknown disse...

Como te entendo...

Às vezes dá-me vontade de fugir para o topo de uma montanha mas, agora, até aí pode existir uma antena!

Não sei se ria ou se chore com esta ideia!

Bem, neste momento tento descobrir dentro de mim a montanha (+/- perfeita)...

T*