quarta-feira, 31 de março de 2010
Nascer do Sol em Lisboa
Mais um momento mágico…o nascer do Sol em Lisboa…
Terminei a minha prática matinal de Pranayama…refrescada, inundava-me uma sensação agradável de lucidez e leveza. O Sol já espreitava entre as ripas das persianas, tentava banhar a sala e chegar às flores que ansiavam por um dos seus raios quentes e luminosos. Sorri, senti uma afinidade imensa com a vida e abri as persianas da sala de prática…o que aconteceu de seguida sucede todos os dias, mas foi tão maravilhosamente habitual que me encheu de comoção…Todo o espaço foi banhado de luz, uma luz tão imensa que formava uma neblina fina, leitosa; a cor das flores no pequenino vaso ficou viva, intensa, como se renascessem nesse momento, como as bochechinhas de um bebé depois de um soninho muito descansado no colo da mãe…lá fora, a Leste, os telhados tornavam-se incandescentes, enquanto a rua ainda cinzenta e as árvores do jardim, de um verde arrepiado, esperavam pela cor…um após outro, apagavam-se os lampiões, com as sombras elegantes e aristocratas levadas pela luz de mais um dia…
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1 comentário:
Maravilhosa sensação Antónia! As minhas manhãs são sempre muito atribuladas, mas não posso deixar de abrandar o passo, no caminho para o atelier, quando entro no jardim das Francesinhas e sou recibida pelo cantar dos melros (há muitos por ali) e pelo barulho da fonte cristalina encimada por uma das mais bonitas sagradas familias que já vi, a de Leopoldo de Almeida. A cidade consegue destruir-me e renovar-me constantemente. Nos momentos como este em que entro no jardim (urbano, concreto e orgulhoso disso!) é a renovação que sinto em todas as minhas celulas.
Beijinhos
Catarina
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