segunda-feira, 21 de junho de 2010

Solstício de Verão


Foi ontem, às 11h28min...Feliz Solstício de Verão!!!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Retiro Yoga GAIA 2010 - Carta Aberta


Um retiro é uma oportunidade de entrar, de uma forma gradual, progressiva, num nível de auto-consciência mais elevado, chegando mais perto da nossa verdadeira essência, onde tudo é nada...

Ao longo de quatro dias, quem participou no nosso retiro foi sendo convidado, dia após dia, a questionar o seu lugar na prática, na vida…o olhar foi-se transformando-se, enchendo-se de um vazio imenso, os sentidos recolheram-se, como uma tartaruga que se remete à sua carapaça, numa lentidão comovente.

Ao mesmo tempo que nos afastávamos da ideia de nós mesmos e se dissipava essa individualidade exacerbada que nos coloca expressão vincada, a proximidade entre os participantes foi aumentando: é maravilhoso observar 18 pessoas, sentadas a uma mesa com bancos corridos, abrindo o seu espaço vital e deixando, com o tempo, quem está ao seu lado, entrar nesse campo magnético que nos envolve e que define a nossa privacidade psico-física.
As tertúlias que surgiam espontaneamente às refeições no dia-a-dia, animadas a princípio por alguns, foram recebendo mais vozes activas; a lucidez da argumentação aumentou e os temas discutidos elevaram o sentido da própria prática dentro do Dojo.

Tal como o Bhagavad-Gita transmite, todos sentiram que o melhor yogi não é o que se isola do mundo, mas antes o que vive nele, é activo, age correctamente, fazendo um trabalho de profunda transformação dentro de si, tentando levar o que pode aos que o rodeiam, abanando o status quo.

Não houve uma baixa, espartanamente às 07.00h da manhã tudo à espera para a Meditação e para o Pranayama e sei que para alguns eram práticas difíceis (para quem não é?), diria mesmo horríveis ;-) (private joke between me and all of you).

Observando-vos em Savasana, numa sala envidraçada, de portadas abertas, onde entrava o som da chuva e do vento nas árvores, nos arbustos e nas plantas rasteiras, o cheiro da terra molhada e uma ou outra perdiz a monologar lá fora, senti pela primeira vez a convicção plena que, tal como os Tantra preconiza, “Samsara é Nirvana”, que o corpo físico é passível de ser super-condutivo, adamantino e que a oportunidade de nascer neste mundo é algo que transcende a mera recombinação genética ao acaso.

Ainda uma palavra à Susana: que exercício fantástico de criatividade e com que disponibilidade recebeu todos…a comida não alimenta só o corpo e a da Susana em particular, alimenta a alma!

No meu caso concreto, descobri coisas fantásticas, entre muitas outras: a Ewelina fala português e que uma máquina de fazer leite é uma vaca!
Mas o mais importante é que há tanto trabalho a fazer, porque ao contrário do que o Bhagavad-Gita preconiza – acção na inacção, inacção na acção – trago um apego dentro de mim: já sinto muitas saudades vossas…Obrigada, formaram um grupo inesquecível!


Até breve,
Antonia